A Grécia é governada por Atenas.
Atenas é governada por mim.
Eu sou governado por minha mulher.
Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10 anos.
Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos. — Temístocles
ACULTURAÇÃO e sua Definição "BRANCA"!
Imposição cultural
E, NA VISÃO DELES...a mais pura lógica!
"As mudanças que trazem muitas consequências" por Jaqueline Gonçalves – Índia Kaiowá
...o que o ser humano seria capaz de fazer se ninguém pudesse ver, e, se soubesse que não seria punido, justo pela cegueira dos outros...
VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL???
- A maioria dos ambientalistas estão irritados com o comportamento de países como os EUA e os integrantes da União Europeia.
"...Os países industrializados afirmam em Copenhague que estão agindo juntos por uma efetiva proteção climática. Ao mesmo tempo, executam em outros campos uma política agressiva de competição, que vai diametralmente contra tudo que tenha a ver com proteção climática alegadas em seus discursos..."
Cúpula da irresponsabilidade e da cegueira para o futuro", "traição aos pobres e às crianças", "acordo imperfeito", "resultado nenhum": a decepção com a conferência do clima em Copenhague é praticamente unânime.
- Antes da continuação das negociações, no último dia da conferência do clima, um exclusivo grupo de líderes governamentais se reuniu com Barack Obama nesta sexta-feira. Entre eles estavam o presidente Lula e diversos chefes de Estado e governo do G20...Em seu discurso em Copenhague, nesta sexta-feira, Obama salientou que seu país estaria disposto a participar do fundo de 100 bilhões de dólares anuais, a partir de 2020, para ajudar os países em desenvolvimento.
- COP-15 entra na prorrogação. Após a reunião de trabalho para formular um esboço de declaração política em Copenhague, Lula diz que encontro fez lembrar reuniões com os magnatas da economia, em sua época de sindicalista.
Alguém da delegação sutilmente propôs em Copenhague que o Brasil oferecesse verbas para o fundo. Algo como 1 bilhão de dólares. Mas Dilma, chefe da delegação brasileira, foi contra e ainda disse que essa verba para nada serviria. E mais, cometeu o absurdo de dizer que o meio ambiente ameaça o desenvolvimento econômico.
Sim, Lula, Dilma e etc... Foram lá pelas custas já endividadas dos brasileiros, com a maior "cara de pau" e sorridentes, com certeza, e, unicamente, barganhar esses futuros fundos milionários dos Países ricos, para garantir suas despesas gananciosas, irrefletidas, de altos salários e benesses. E também já prevendo, minimizar o déficit, da futura "empresa milionária" do PRE-SAL, continuar incólume promovendo gastos astronômicos e poluir ainda mais o nosso mundo... Megalomaníaca decisão, não obstante para ser lembrado pela posteridade, com uma Torre de Babel ao contrário - não para chegar aos céus, mas as profundezas do inferno - desoladamente, um triste ataque ao meio ambiente um "elefante branco", como a Transamazônica...mas, muito mais nefasto no possível desastre, e, de proporção mundial...
Hokku (nos primeiros três versos) - ...talvez o cheiro das folhas secas na pálida luz dourada na manhã de um Outono? Já viu a neblina pairando em um rio numa manhã bem cedo? ...apenas as experiências em que sentimos algo que vá além das palavras, algo em que sentimos um significado que não pode ser falado. É um modo de vida. Viver a simplicidade na essência do nosso dia-a-dia. E isso é o trabalho de uma vida.
E é assim que, o Haiku ou "Haikai" se materializa, é o resultado de um "insight", repleto de simplicidade e sinceridade mediante a natureza.
"shiratsuyu ni
sabishiki aji o
wasururu na"
Não se esqueça / Do gosto de solidão / Do orvalho branco Matsuo Bashô (1644-1694)
Palavras que falam da relação natural, embora dicotômica, entre pureza e impureza.
"Sobre a água emerge o lodo
e nascem plantas deste torso
O lodo dá vida à Vitória Régia,
que seguindo as regras naturais flutua
Ao rés do lodo a branca flor-de-lótus
flutua e se alimenta de luz
Luminescência do sol e da lua
Sobre o pântago lodo." R.A.S.Fonseca
"A estirpe não transforma os indivíduos em nobres, mas os indivíduos dão nobreza à estirpe."
Dante Alighieri
"Não há solo, por mais sáfaro, que não permita o vicejar de plantas."
"A Humanidade é surpreendente;
Por pensarem ansiosamente no futuro,
ficam indiferentes ao presente de tal forma
que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
Perdem a saúde para juntar dinheiro,
depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E vivem como se nunca fossem morrer;
e morrem como se nunca tivessem vivido."
Dalai-Lama
"Ficaríamos envergonhados de nossas melhores ações, se o mundo soubesse o que as motivou."
Velho e esperto MARIO
"Vida - Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia."
"Há noites que eu
não posso dormir
de remorso
por tudo o que eu
deixei de cometer."
"Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também..."
Mario Quintana
"O antes é vago e sinceramente indiferente nas relações amorosas mas, o durante e o depois é lealmente incondicional e, honestamente fundamental!"
uno Gitano™
"Se o malandro soubesse como é bom ser honesto,
Seria honesto só por malandragem".
Máscara
"O melhor não é saber como alguém se define (seu "auto-perfil")... mas sim, perceber nos seus atos como se exprime..."
Você gostaria de profundamente entender tudo sobre AMOR nos relacionamentos e, a sua natureza???
...simplesmente compare, trocando ZEN por AMOR:
O ESPÍRITO ZEN
“Antes de estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas; após uma primeira noção sobre a verdade do Zen, as montanhas já não são apenas montanhas e as águas já não são apenas águas; mas, quando se atinge o conhecimento, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas voltam a ser águas.” Seigen
"Amor é o substantivo abstrato mais concreto que existe."
"Dois amantes felizes não tem fim nem morte,
nascem morrem tantas vezes enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."
Sem o egoísmo, saiba!
A felicidade de quem está ao seu lado depende da sua felicidade e, vice-versa!
Acredite no amor verdadeiro!
A coisa é mútua e nunca, unilateral.
“O homem perfeito usa a sua mente como um espelho. Ela nada aprisiona e nada recusa. Recebe e reflete mas não conserva.”
Soshi
A gente começa a amar
Por simples curiosidade
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade. Paul Lefevre
"A verdadeira coragem está em
fazermos sem testemunha o que
seríamos capazes de fazer
diante de todo mundo."
"O grande prazer que nos dá
falarmos de nós próprios
deve fazer-nos recear
não darmos nenhum
aos que nos ouvem."
"Há pessoas tão cheias de si,
que quando estão apaixonadas,
acham maneira de se ocupar
da sua paixão sem fazerem
caso da pessoa a quem amam."
"Quem vive sem loucura
não é tão sensato como pensa."
"A paixão transforma,
muitas vezes, o mais
hábil dos homens num
louco e torna muitas
vezes mais hábeis
os mais tolos."
"Um homem sensato pode
apaixonar-se como um doido,
mas não como um tolo."
"É por ter o que amamos
que somos felizes e
não por ter o que
os outros acham amável!"
"Raramente conhecemos
alguém de bom senso,
além daqueles que
concordam conosco."
"A medida que envelhecemos,
tornamo-nos mais loucos e
mais sagazes."
"Se julgarmos o amor
pela maior parte dos
seus efeitos, ele
assemelha-se mais
ao ódio do que à amizade."
"As relações mais felizes
são aquelas baseadas
na mútua incompreensão."
"O bem que recebemos
de alguém exige que
respeitemos o mal
que nos fez."
"Não há ninguém que não se
envergonhe de ter amado outro, quando
verdadeiramente o amor já acabou entre eles."
"O ciúme é um mal
e é aquele que
inspira menos piedade
às pessoas.
Entretanto, o indício mais seguro
de se ter nascido com
grandes qualidades
é ter nascido sem inveja."
"Todavia, não basta ter boas qualidades,
é preciso poupá-las."
"Perdoamos na medida
em que amamos."
"Não há disfarce que
possa esconder por
muito tempo o amor
quando este existe,
nem simulá-lo quando
este não existe."
"Os amores, raramente refeitos,
exigem mais cuidados
do que aqueles que
nunca foram interrompidos."
François La Rochefoucauld
Onde você colocaria a vírgula?“
Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura.”
LOUCURA E AMOR!!!
"A mente não tem nada a ver com o amor. O amor será um caos, perturbará tudo nela...um pouco de loucura, o suficiente para aproveitar a vida, e um pouco de sabedoria para evitar os erros..."
"Sem a música, a vida seria um erro".
Nietzsche
(...) Eu acho até que eles nem sentem não / Espalham coisas só pra disfarçar / Daí então por que se dar ouvidos a quem nem sabe gostar (...)
Pixinguinha
Poeta erudíto
(...) Oh! Perguntai aos frios esqueletos / Por que não têm o coração no peito... / E um deles vos dirá "Deixei-o há pouco / De minha amante no lascivo leito." (...) Castro Alves
Auto-análise magnífica!
Se eu deitar num divã,
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!
Me deparar, vejam só, com coisas que sempre nego.
De sentir amargor na fruta doce que pego.
De castigar a lembrança, com imagens que renego.
De só gostar do que tenho, quando ao desprezo relego!
Se eu deitar num divã,
perceberei o meu ego
dizer, zombando de mim:
- Depois eu, que sou o cego! Naura Vieira dos Santos
DOCE ARTEIRINHA
PARA MINHA PEQUENA E DOCE ARTEIRINHA...é dela, alguma sensibilidade e toda ternura em minha desajeitada rudez...
...nesta vida, pode-se aprender três coisas importantes com uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo e chorar com força por tudo o que se quer.
"Se o fim está muito próximo e se tudo em volta está acabando, a única coisa que resta é fazer a travessia com alguns elementos que ainda existem.
E, tudo isso, com muita dignidade".
Leiam as palavras dos membros do Conselho da Aty Guasu
" Nós Guarani e Kaiowá sobreviventes, que queremos muito sobreviver, vimos por meio desta simples mensagem prestar o nosso imenso agradecimento público para todos (as) cidadãos (as) do Brasil por ter inserido no seu nome e sobrenome Guarani e Kaiowá. Como é sabido, que Guarani e Kaiowá sozinho pode ser exterminado sim, porém, temos certeza que com a solidariedade humana verdadeira e apoio valioso de todos senhores (as) podem nos salvar das diversas violências anunciadas contra nossas vidas e sobretudo evitar a extinção étnica. Através desses gesto de amor a nossa vida, praticadas por vocês, nos trazem um pouquinhos de paz e esperança e espiritos de justiça verdadeira. Por fim, passamos a entender que que existem neste Brasil cidadãos (as) movidos pelo amor verdadeiro ao próximo e tem sede de exigir e fazer justiça. Não sabemos com qual palavra a agradecer a todos (as), apenas te falar , JAVY'A PORÃ (*abençoamos e ficamos bem contentes), paz em coração de vocês, muito obrigado. "
Abaixo o original:
(*) tradução literal
Nota pública de gratidão deixada no Facebook pelos membros do Conselho da Aty Guasu, no dia 25/10/2012.
Outono/2012 in Lisbon
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No dia 11 de março de 1994, o Parlamento alemão aprovou um seguro que garantiria o atendimento na terceira idade.
No dia 11 de março de 1994, o então ministro alemão do Trabalho, Norbert Blüm, teve motivos para comemorar. Após intermináveis discussões e negociações, a câmara baixa do Parlamento Alemão – o Bundestag – aprovou, naquele dia, um seguro especial de assistência a pessoas que, em função da velhice, tornaram-se dependentes dos cuidados de terceiros.
Assistência na velhice
O intraduzível nome alemão do seguro – Pflegeversicherung – já revela a complexidade da lei.
Os novos dicionários alemães explicam apenas que se trata da "parte da assistência social, destinada a garantir apoio suficiente às pessoas que precisam do cuidado de terceiros". Mas é também uma espécie de fundo de aposentadoria para quem cuida de idosos em família.
Administrativamente, ele está vinculado ao seguro-saúde e é financiado por uma contribuição descontada do salário bruto, paga meio a meio por trabalhadores e empresas. Para neutralizar os custos da nova contribuição social no lado empresarial, a maioria dos estados alemães cortou um dia do calendário de feriados.
Debate sobre o financiamento
O chamado "Pflegeversicherung" é considerado o quinto pilar do sistema de seguridade social da Alemanha, ao lado dos seguros de aposentadoria, saúde, desemprego e contra acidentes.
Discutiu-se muito sobre sua necessidade, já que a expectativa de vida – e, com ela, o risco de se tornar dependente de atendimento na terceira idade – aumenta constantemente nos países industrializados. Havia consenso de que os idosos desamparados não deveriam ser condenados a viver de esmolas da assistência social. O problema central era o financiamento do novo seguro.
A nova lei foi aprovada justamente numa época em que empresários e trabalhadores alemães tentavam selar um pacto (Solidarpakt) para reduzir as despesas referentes aos programas sociais oferecidos aos cidadãos. Havia uma tendência à chamada "desmantelamento social", que ameaçava benefícios do tipo auxílio-escola, auxílio-moradia, seguro-desemprego, ajuda a imigrantes estrangeiros e outros mais.
Os empresários e políticos liberais chegaram a criticar o novo seguro como "a maior tolice das últimas décadas". Eles previam uma disparada dos custos salariais e a perda de competitividade da economia alemã no mercado mundial.
Cortar feriado foi a solução
Segundo o então presidente da Confederação Sindical Alemã (DGB), Heinz Werner Mayer, o Partido Liberal e os empresários resistiram até o último momento. "Essa resistência foi uma tentativa de questionar também as outras contribuições sociais das empresas", diz ele.
Nos outros setores da previdência social, porém, os empresários continuam contribuindo normalmente. E, com o corte de um feriado, o seguro de assistência a idosos também não representou custos adicionais. Os assalariados começaram a contribuir no dia 1º de janeiro de 1995 e, quatro meses depois, os primeiros beneficiados atendidos em casa passaram a receber na ocasião entre 750 e 3.750 marcos mensais de ajuda, dependendo da gravidade do caso.
Apesar de todas as críticas, está provado que a decisão de criar um seguro de assistência a idosos desamparados foi correta. Do contrário, este grupo de pessoas permaneceria dependente da assistência social ou o governo alemão teria de gastar bilhões para cobrir as despesas do setor.
Já em meados de 1997, o novo seguro dispunha de uma reserva financeira de 8,9 bilhões de marcos. Informados desse superávit, os executivos passaram a reinvindicar uma redução da contribuição.
O ministro do Trabalho, porém, manteve-se irredutível. E com razão: em 1999, as 444 seguradoras do ramo registraram um pequeno prejuízo, em função do aumento do número de casos atendidos, devido à evolução demográfica.
Autor: Gerda Gerike (gh) - DW
Todos chegaremos lá um dia, não é mesmo...???
Um maravilhoso exemplo de humanidade, que serve, para todos os Países do mundo!
A Alemanha esteve e estará sempre de parabéns por essa concreta e magnífica iniciativa!!!
Uma das lutas de Norbert Blüm um cidadão alemão, um grande homem, grande politico e, que hoje vive de fazer caridade e voluntariado. Link sobre:Norbert Blüm
Norbert Blüm
Inverno/2012 in Lisbon
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Em tese, há alimentos para todos. Se mesmo assim uma em cada sete pessoas passa fome, pode-se dizer que essa é uma situação politicamente tolerada, argumenta a editora-chefe da Deutsche Welle, Ute Schaeffer
Um mundo sem fome, com 7 bilhões de pessoas bem alimentadas e bem nutridas, seria possível. Nosso planeta produz alimentos suficientes. A fome não é um problema causado pela natureza ou cuja razão está apenas nas crises. A fome é politicamente tolerada. Ela é aceita porque há "coisas mais importantes", por exemplo as vozes dos consumidores e agricultores europeus.
Se nós, europeus, levássemos mesmo a sério nossos sermões sobre solidariedade, teríamos que cortar os subsídios agrícolas no continente, revolucionar os sistemas de comércio e aumentar o preço dos alimentos nos países industrializados.
As vozes dos famintos, contudo, não contam. Eles não têm lobby. Passa-se fome sobretudo – por mais bizarro que isso soe – nas regiões onde os alimentos são produzidos, ou seja, no campo, onde as pessoas vivem da agricultura familiar e não têm seus interesses representados nas instituições econômicas multilaterais.
Quando se fala de acordos econômicos e fluxos comerciais globais, essas pessoas não têm voz. Embora sejam numerosas: ainda hoje quase metade da população mundial vive direta ou indiretamente do cultivo de alimentos. Essa grande maioria silenciosa nos países em desenvolvimento paga o preço do nosso sistema econômico: em todo o mundo 1 bilhão de pessoas passam fome ou estão subnutridas.
Bons argumentos por uma política diferente
Ute Schaeffer, editora-chefe da DW-WORLD.DE
Os políticos europeus dão sempre a impressão de não saber o que fazer e perguntam como explicar aos eleitores europeus uma mudança tributária em prol dos mais pobres.
Acredito que isso nem seria tão difícil. Se me permitem algumas sugestões: expliquem aos eleitores que o combate à fome serve também à segurança de nossos interesses e de nosso bem-estar! Pois como é que a Europa pretende lidar com os potenciais 150 milhões de refugiados da fome da África subsaariana, que poderão emigrar a partir do ano de 2020?
Expliquem aos eleitores que não queremos pagar impostos duas vezes. Pois hoje consertamos com recursos e projetos destinados à ajuda ao desenvolvimento o que nossa política econômica e nossa ordem econômica mundial destroem. E, como resultado, não produzimos nada, exceto novas formas de dependência entre o mundo desenvolvido e o não desenvolvido. Isso sem contar os ridículos subsídios a uma agricultura não sustentável no Norte.
Beneficiários da fome
Fala-se muito das consequências humanitárias da fome.
Mas quem fala daqueles que ganham com a fome? Isso também precisa ser dito com todas as letras: há quem se beneficie desse sistema que produz fome. E essas pessoas somos sobretudo nós, consumidores, que gastamos hoje menos pelos alimentos do que gastávamos há 20 anos. Gostamos de comprar pão por 1 euro e leite por 70 centavos de euro, e dizemos a nós mesmos que alimentos não podem custar caro.
Alemães gastam hoje apenas 20% de sua renda com alimentação
Há 100 anos, os consumidores na Alemanha gastavam dois terços de sua renda com alimentos; hoje são apenas 20%. Entre os que tiram vantagem disso estão os agricultores europeus, que produzem muito além da demanda do mercado e mesmo assim não precisam se preocupar. Altos subsídios lhes garantem uma renda confortável e uma ampla retaguarda política. Os agricultores nos países em desenvolvimento nem ousam sonhar com uma situação como essa.
Entre aqueles que se beneficiam da fome estão também os grandes grupos de agronegócios, que massacram todos os mercados com suas sementes e respectivos agrotóxicos. E também as elites nas capitais do Hemisfério Sul. Em muitas regiões, a política é feita sobretudo para agradar à própria clientela e aos eleitores nas capitais. Ali se decide, por exemplo, quantos recursos serão destinados ao desenvolvimento do campo.
Investimentos no desenvolvimento de regiões interioranas e na agricultura são considerados retrógrados. Países em que 80% do PIB vêm da agricultura acreditam que podem viver sem uma política agrária! Ou ainda mais grave: um país com as dimensões de terras férteis como Moçambique, por exemplo, poderia exportar arroz ou milho para todo o sul do continente africano. Em vez disso, os moçambicanos dependem de importações caras, simplesmente porque a elite política local não se interessa por esse problema.
Em situações como essa, é preciso realizar um trabalho de convencimento, em todos os encontros de cúpula bilaterais e em toda conferência internacional. E isso os países industrializados só vão alcançar quando os países em desenvolvimento estiverem cientes das vantagens que terão, ou seja: mais possibilidades de exportação do que aquelas que eles têm hoje, acesso aos mercados europeus e preços justos de produtos agrícolas no mercado internacional.
Bela mentira do mundo do bem-estar
Cereais: de alimento básico a objeto de especulação
Quem também se beneficia com a fome são os especuladores do mercado alimentício. Alimentos básicos transformaram-se em objetos de especulação, cujos preços aumentaram em torno de 30% no segundo semestre de 2010. Um mercado lucrativo, ao qual aderem investidores e especuladores, enquanto as pessoas de Porto Príncipe, Dhaka ou Agadez ficam a ver navios por não poderem pagar seus altos preços.
Vamos acabar com as belas mentiras do nosso mundo de bem-estar: a fome e a miséria são causadas apenas em parte por guerras ou catástrofes. E são raramente apenas um problema da população urbana pobre. Não! A fome é o resultado de uma exclusão que é no mínimo tolerada por amplas parcelas da população. As necessidades e penúrias de quem passa fome são colocadas de lado, politicamente apagadas por todos aqueles que se beneficiam com o problema.
Após décadas de dependência e exploração pelas potências coloniais, foram impostos aos países africanos independentes, nos anos 1980, ajustes estruturais radicais por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial: liberalizar, desregular e privatizar eram as palavras de ordem. Essa política, contudo, foi implementada em países sem infraestrutura, sem capital de conhecimento, sem uma economia em funcionamento e sem investidores nacionais. As consequências foram catastróficas, especialmente para a agricultura, mas também para os setores de educação e saúde.
Segurança do mundo desenvolvido em perigo
fome... clima de guerra global
Com indiferença e ignorância – é assim que a comunidade internacional lida com o escândalo da fome no século 21. Um erro fatídico, não somente por razões morais. Não devemos subestimar a força dos pobres e famintos, e tampouco seu potencial político explosivo. Em 2008, os altos preços dos alimentos já provocaram revoltas dos famintos, Na América Latina e no Caribe e desde Camarões até o Egito. Já nos próximos dez anos, isso nos custará bilhões em forma de programas de ajuda e reparação. A fome põe em risco a estabilidade política – primeiro nas regiões atingidas, depois na Europa.
Quem compreende as correlações envolvidas conclui forçosamente que é necessária uma mudança política radical. Nenhuma reparação, nenhuma ajuda emergencial, nenhuma promessa decorativa, proferida num encontro de cúpula e pouco depois esquecida, será capaz de deter a erosão social e econômica provocada pela fome e pela pobreza em todo o mundo. Da mesma forma que os agricultores no Hemisfério Sul são dependentes de regras comerciais justas e preços justos, as sociedades ricas do Norte são dependentes da estabilidade política e econômica das sociedades do Sul, que crescem rapidamente.
Precisamos adiar nossos interesses de curto prazo – mais crescimento, mais conforto –, para que ninguém mais morra de fome. Já transcorreram mais de quatro décadas desde que o então secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, prometeu numa conferência internacional sobre a alimentação: "Em uma década, nenhuma criança precisará mais ir para a cama à noite com fome". Hoje, continuamos mais distantes do que nunca desta meta. Um verdadeiro atestado de pobreza!
Autora: Ute Schaeffer (sv) DW
Outono/2011 in Lisbon
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Rosa Parks foi presa por recusar-se a ceder seu lugar no ônibus
No dia 1º de dezembro de 1955, Rosa Parks se negou a ceder a um branco o seu assento num ônibus. O ato foi um marco no movimento antirracista nos Estados Unidos.
Em Montgomery, capital do Alabama, as primeiras filas dos ônibus eram, por lei, reservadas para passageiros brancos. Atrás vinham os assentos nos quais os negros podiam sentar-se. No dia 1° de dezembro de 1955, Rosa Parks tomou um desses ônibus a caminho do trabalho para casa e sentou-se num dos lugares situados ao meio do ônibus. Quando o motorista – branco – exigiu que ela e outros três negros se levantassem para dar lugar a brancos que haviam entrado no ônibus, Parks se negou a cumprir a ordem. Ela continuou sentada e, por isso, foi detida e levada para a prisão.
O protesto silencioso de Rosa Parks propagou-se rapidamente. O Conselho Político Feminino organizou, a partir daí, um boicote de ônibus urbanos, como medida de protesto contra a discriminação racial no país. Martin Luther King Jr. foi um dos que apoiaram a ação. O ativista e músico Harry Belafonte lembra-se como sua vida mudou, após o dia em que King o chamou por telefone para pedir apoio à ação da mulher que ficou conhecida como a "mãe dos movimentos pelos direitos civis" nos EUA.
"A atitude de Rosa Parks nos permitiu reagir contra as pressões política e social que caracterizavam nossa sociedade. Quando King me telefonou, me chamando para um encontro, comecei, pela primeira vez, a lutar oficialmente por essa causa. Quando nós nos vimos e falamos sobre seus planos, percebi que a partir dali eu me engajaria no movimento liderado por ele e Rosa Parks. Foi um momento muito importante", lembrou Belafonte.
Música e agressão
Poucos dias depois da atitude espontânea de Parks, milhares de negros se recusaram a tomar ônibus a caminho do trabalho. Enquanto as empresas de transporte coletivo começaram a ter prejuízos cada vez maiores, os negros andavam – caminhando muitas vezes vários quilômetros – acenando e cantando pelas ruas, sendo também frequentemente xingados e agredidos por brancos.
O boicote contou com o apoio de várias personalidades conhecidas, como a cantora de gospel Mahalia Jackson, que fez uma série de shows beneficentes para ajudar os ativistas do movimento que se encontravam presos. "Não seria honesto omitir que fiquei extremamente feliz por ser a primeira cantora de gospel a se apresentar no Carnegie Hall, em Nova York, e no Albert Hall, na Inglaterra. A verdadeira sorte para mim, no entanto, é poder cantar nas prisões para os que se encontram isolados do mundo", declara Jackson.
Medalha do Congresso
A foto acima se tornou um clássico
e, mostra Rosa Parks nos primeiros assentos,
do ônibus de Montgomery em 21 de dezembro
de 1956, o dia em que o sistema de transporte
público foi legalmente integrado. Atrás dela está,
o branco, Nicholas C. Chriss, o repórter
que cobriu o evento.
No dia 13 de novembro de 1956, a Corte Suprema norte-americana aboliu a segregação racial nos ônibus de Montgomery. Poucas semanas mais tarde, a nova lei entrou em vigor em Montgomery. Em 21 de dezembro de 1956, Martin Luther King e Glen Smiley, sacerdote branco, entraram juntos num ônibus e ocuparam lugares na primeira fila.
Em junho de 1999, o então presidente Bill Clinton condecorou Rosa Parks, então com 88 anos, com a medalha de ouro do Congresso norte-americano. Durante a cerimônia da condecoração, Clinton acentuou que Parks foi capaz de lembrar aos EUA que a promessa de liberdade vinha sendo apenas uma ilusão para milhares de cidadãos do país. Em seu discurso de agradecimento, Parks ressaltou que a homenagem deveria servir para encorajar todos os que lutam pela igualdade de direitos em todo o mundo.
Michael Kleff (sv) - DW
Outono/2011 in Lisbon
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A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais.
Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época.
Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber.
Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.
...sempre referenciada como atitude "anárquica" tanto nos anais da história e hoje, pesquisas acessíveis pela Internet, põem qualquer cidadão (menos culto e, até pelo que diz lá, em "Neon"...), em temor e culpa e lhe retira de imediato do pensamento o verdadeiro conceito e, até uma analise mais criteriosa sobre o assunto, por simplesmente, ousar pensar sobre isso...!!! Desobediência Civil. É como fosse, um grave delito, e não um grito mudo e sofrido, do direito derradeiro de liberdade e justiça.
Todo governo, por mais poderoso e avassalador que seja só se sustenta se tiver a aquiescência e a colaboração dos governados, por outro lado, a legitimidade e autoridade de um governo não residem exclusivamente em sua legalidade, mas também e principalmente na justiça de suas práticas e busca verdadeira do bem comum das suas decisões.
O cidadão antes de ser súdito é ser humano e como tal tem a orientar sua vida e seu proceder não apenas as leis e as ordens escritas emanadas pelos poderes e constituídos. Deve ele em primeiro lugar obediência à própria consciência que se funda em leis morais, éticas e religiosas, e porque não dizer, culturais. Assim, antes de obedecer cegamente uma lei ou uma ordem está o ser humano obrigado a se perguntar pela justiça e a moralidade do ditame a ser obedecido.
Há quem sustente que a desobediência civil seja um ato egoísta e um golpe mortal na democracia, e um desrespeito ao governo da maioria.
Não se pode olvidar que a DEMOCRACIA não é apenas o governo da maioria. É isto sim, o governo da maioria, mas respeitando e defendendo o direito da minoria.
Destarte, não apenas os governos manifestamente tiranos e ditatoriais podem ser legitimamente desobedecidos, mas todo governo ou autoridade que profira leis ou ordens injustas e que violentem a consciência das pessoas ou os direitos naturais.
Ao longo da história da humanidade, muitas foram as ocasiões em que se praticou desobediência civil, em todos os casos os acontecimentos futuros legitimaram essa prática.
Comumente se reconhece como precursores e expoentes da desobediência civil, o ativista americano do século 19, Hanry David Thoreau, que é tido como o sistematizador dessa prática, também são lembradas e aplaudidas as ações do líder indiano e profeta da Não-Violência Mahatma Gandhi, e do pacifista negro americano Martin Luter King.
Na maioria das culturas podem ser encontrados esses momentos. Na Bíblia, entre tantas, temos a história das parteiras Fua e Séfora que desobedeceram ao Faraó que lhes ordenara que matassem os filhos varões das mulheres hebréias. (Ex. 1, 15-22).
Desobediência Civil é diferente de manifestações populares e a pressão legítima que se exerce contra determinado ato do poder constituído para que atenda determinada reivindicação. Para haver a desobediência é necessária existência de uma autoridade, uma ordem ou uma lei injusta a ser afrontada, à qual, pelo menos em tese se deveria obedecer.
O dever de obediência reside na justiça e não a legalidade! Todo governo injusto e imoral que não oriente suas leis e ações na busca do bem comum e não se mostre sensível às reclamações, reivindicações e à participação democrática, deve ser desobedecido, ter a legitimidade contestada e a cooperação negada. A desobediência deve ser pública e de forma não-violenta. Na America Latina mesmo depois da redemocratização e da eleição de governos chamados de “esquerda” há muitos casos em que não resta à população outra alternativa que não seja a prática efetiva da desobediência civil.
Na Nicarágua, o estilo autoritário do presidente Daniel Ortega, assim como sua prática de perseguir adversários políticos, está levando antigos companheiros de Revolução Sandinista a apoiar e praticar a Desobediência Civil, como é o caso do padre Ernesto Cardenal, do ex-comandante Sérgio Ramires, da defensora dos Direitos Humanos Vilma Nuñes, do cantor e compositor Carlos Mejia Godoy e tantos outros.
Na Argentina, o Prêmio Nobel da Paz e presidente internacional do SERPAJ-AL, Serviço Paz e Justiça na América Latina, Adolfo Pérez Esquivel juntamente com outros intelectuais lideram lutas contras a mineração de ouro a céu aberto e outras agressões ao meio ambiente. Adolfo Esquivel diz:“... não apenas somos a favor da desobediência civil como a temos praticado, não apenas contra as mineradoras, mas também contra a destruição dos bosques e a violação dos Direitos Humanos na Argentina e por toda a America Latina...”
No Brasil, o governo Lula retomou um projeto da época da Ditadura Militar de construir na Amazônia uma série de mega usinas hidrelétricas, sendo a primeira delas, a Barragem de Belo Monte, no Rio Xingu, no Estado do Pará. Esta será a terceira maior hidrelétrica do mundo, ficando atrás apenas das Três Gargantas na China e da Itaipu Binacional, Brasil/Paraguay. Para uma produção de 11.223 Mw, que devido ao regime de chuvas local, será alcança somente durante quatro meses por ano, no mais terá uma produção sustentada, não superior a 4.700 MW, essa barragem vai criar um lago de 516 km² cobrindo a floresta, além da construção de dois canais de 500 metros de largura por 35 km de comprimento cada um, maior que o canal do Panamá, em plena selva amazônica. Esses canais desviarão o rio do seu curso natural convertendo-o num filete d’água em uns trechos e completamente seco noutros, numa alça mais de 100 quilômetros do Xingu conhecida como Volta Grande.
A construção já foi contratada no dia 20 de abril último, em Brasília, por 19,6 milhões de reais, por meio de um conturbado processo de licitação que envolveu muito embargos e recursos judiciais, e que culminou com um leilão em que da apresentação, leitura das propostas, suas avaliações, proclamação do resultado e encerramentos levaram tão só sete minutos. Tudo sob intensos protestos de grupos indígenas, ONGs naturalistas e de Defesa dos Direitos Humanos.
Segundo José Ailton de Lima, diretor de energia e construções da CHESF - Companhia Hidroelétrica do São Francisco, empresa que lidera o consórcio ganhador do leilão, os trabalhos começarão em no máximo seis meses, tempo necessário para atender algumas exigências burocráticas. A obra vai atrair para região mais de 100 mil pessoas entre trabalhadores diretos e infra-estrutura de apoio, que certamente demandarão mais áreas da floresta que também serão desmatadas para sua instalação.
Para dar lugar ao lago serão removidas mais de 20 mil famílias que vivem na região, inclusive da zona rural de Altamira. Esta barragem vai modificar profundamente o estilo de vida e atingir pelo menos 15 etnias indígenas, inclusive algumas isoladas (ainda não contatadas pelo homem branco), que vão perder suas áreas de caça, pesca e cultivo, e serão obrigados a abandonar suas terra e seus lugares sagrados onde vivem em harmonia com a natureza, praticam sua cultura, sua religião, e cultuam seus ancestrais.
A comunidade científica brasileira e internacional têm demonstrado de maneira cabal que o Brasil tem muitas outras e melhores alternativas para gerar energia, inclusive com menor custo, que vão da a re-potenciação das hidrelétricas antigas, a otimização da capacidade já instalada até a utilização do potencial eólico e solar que são abundantes no país.
A Igreja através de Dom Erwin Kräutler, bispo de Altamira a principal cidade da região e presidente do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, e mesmo da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, assim como, as lideranças indígenas e os movimentos ambientalistas foi feito todo esforço para convencer o ex-presidente Lula e seu atual Governo dos enormes prejuízos sociais e danos ambientais que essa barragem trará, alertando para as graves consequências não só para a população local, mas que também contribuirá fortemente para o aquecimento global e provocará alteração climática prejudicando todo o planeta.
O diálogo com a comunidade indígena, nesses casos, é uma obrigação prevista na Constituição Federal do Brasil em seu artigo 231 e só teve início por imposição do poder judiciário, e ainda assim aconteceu de “mentirinha”, tudo já estava definido antes das consultas, o que se viu foi uma tremenda manipulação e feroz brutalidade do governo ao impedir que os verdadeiros e reconhecidos líderes indígenas participassem livremente do processo de consultas, essa prática foi amplamente denunciada na ocasião, pelos caciques Raoni Metuktire e Megaron Txucarramãe, assim como pelas organizações não governamentais e a Igreja. Além da constituição de seu país, Lula e seu governo desrespeita também tratados internacionais como Convenção 69 da OIT – Organização Internacional do Trabalho, que o Brasil assinou se comprometendo a obter o consentimento prévio dos indígenas antes de tomar medidas que os afetem diretamente.
O governo brasileiro, através da Resolução nº 102, de 13 de abril de 2010, do Conselho da Justiça Federal (CJF), criou às pressas a 9ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Capital do Estado do Pará, que será especializada em julgar questões agrárias e ambientais retirando assim do juiz de Altamira, que tem reconhecido o direito dos índios e ribeirinhos, a competência para julgar os assuntos relacionados com construção da Barragem de Belo Monte. Casuísmos como este, configuram uma clara manipulação do poder judiciário brasileiro.
Ao se fechar para o diálogo, inclusive violando a Constituição do País, e manipulando o Poder Judiciário, o governo não deixa à sociedade outra alternativa de ação além da desobediência civil.
Nenhum governo pode simplesmente tomar suas decisões e fazer suas obras ao arrepio da lei e da opinião pública, ele precisa sempre se justificar e tentar ganhar os corações e as mentes dos cidadãos, principalmente em tempos de eleição.
Se as pessoas e movimentos sociais e ambientais que se opõem a essa barragem conseguirem mostrar para o conjunto da sociedade, inclusive a nível internacional o desastre que essa obra significa, puxando a opinião pública para o seu lado, que hoje em razão a insignificante cobertura dos meios de comunicação ignora os fatos, há chances efetivas de forçar o governo a voltar atrás ou pelo menos adiar essa tragédia.
Na região aonde vai ser criado o lago, o local abriga uma extraordinária biodiversidade cujas espécies se contam às centenas, sendo que algumas estão ameaçadas de extinção e outras são endêmicas (só ocorrem ali), existem também muitas espécies que ainda nem foram catalogadas e que se perderão para sempre.
O EIA – Estudo de Impactos Ambientais feito pelo próprio governo dá conta de que ali já foram encontrados e catalogados: 174 espécies de peixes, 387 de répteis, 440 de aves e 259 de mamíferos, sem se falar dos insetos, fungos e todas as espécies de vegetais. Cobrir com água a floresta é mais grave que simplesmente queimá-la, pois a decomposição de corpos orgânicos submersos tira o oxigênio da água e emite gás metano (CH4), para a atmosfera e provoca o aquecimento global, e é extraordinariamente mais prejudicial que o dióxido de carbono (CO²), que é o gás emitido na queima de materiais orgânicos e combustíveis fósseis.
Existe um embate midiático a ser travado, quem levar a melhor nessa área vencerá esse confronto. Cabe aos movimentos planejar eventos e criar fatos que sejam notícias, e que os meios de comunicação de massa não possam ignorá-los ou esconde-los, ainda que o queiram.
A causa é nobre e tem conseguido mobilizar personalidades importantes de todos os setores sejam da política, das artes, e das religiões, como é o caso do senador Pedro Simon entre outros, do cineasta e diretor da mega produção e mega sucesso hollyoodiana Avatar, James Cameron e o cantor de rock o inglês Sting, do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, assim como de expressivos teólogos da libertação como os brasileiros Frei Betto e Leonardo Boff, além de cientistas mundialmente conhecidos como Célio Bermann e Paulo Buckup, e muitos outros, ainda falta, entretanto, ganhar mais espaço nos meios de comunicação, que na verdade é quem faz a opinião pública.
Numa relação de injustiça a solidariedade vem sempre em favor do injustiçado, assim o movimento precisa ter o cuidado de não sair desse pólo da ação, deixando-o livre para ser assumido pelo governo, coisa que o ex-presidente Lula sabia e ainda sabe fazer muito bem.
Muitas são as ações concretas que os movimentos podem lançar mão, é importante que sejam fortes e impactantes e que possam facilmente ser compreendidas e aceitas pela população para que então, responda de forma solidária.
Como a primeira ação concreta de desobediência civil nessa luta, após a conclusão do processo de licitação, que foi o leilão realizado pelo governo naquele dia 20 de abril, liderados pelo cacique kayapó Megaron Txucarramãe indígenas do Parque Nacional do Xingu paralisaram o serviço de travessia da balsa no Rio Xingu. Os líderes indígenas encaminharam um comunicado ao comando da Polícia Militar de São José do Xingu explicando a ação. “A gente quer fazer um movimento pacífico e por isso pedimos ajuda para que a polícia não deixe os carros descerem para usar a balsa.” Na correspondência eles informavam que o fechamento da travessia do Rio Xingu era por tempo indeterminado e deixavam claro que o motivo do protesto era devido ao “leilão realizado de Belo Monte (hidrelétrica do Rio Xingu) a qual não aceitamos esta atitude do governo de manter a construção”. A carta aberta do cacique Megaron ao ex-presidente Lula deixou claro os objetivos e a disposição dos índios: “Nós não somos bandidos, nós não somos traficantes para sermos tratados assim, o que nós queremos é a não construção da barragem de Belo Monte. Aqui nós não temos armas para enfrentar a força, se Lula e seu governo fizer isso ele quer acabar com nós como vem demonstrando, mas o mundo inteiro vai poder saber que nós podemos morrer, mas lutando pelo nosso direito.”
Muitas outras ações podem ser realizadas, tais como a recusa decidida e consciente das pessoas em deixar suas terras para dar lugar ao lago, ou mesmo a ocupação dos canteiros e escritórios das empresas impedindo assim o avanço das obras. Cada ação deve ser analisada e assumida no momento, e da forma que se considere estratégicos para a sua prática.
Aqui estão presentes todos os elementos que justificam a desobediência civil, estão presentes: a causa justa, a autoridade arrogante, a lei e a ordem injusta que deve ser desobedecida, o povo consciente organizado e disposto a resistir, a articulação nacional e internacional. Falta ainda melhor articulação com a mídia.
A luta contra essa barragem de Belo Monte tem, pois, todos os ingredientes e as possibilidades de ser a maior experiência de desobediência civil da história na América Latina, com reais possibilidades de ser vencedor e um marco histórico na luta mundial para a salvação do planeta.
Rosalvo Salgueiro
“Não é suficiente ser deixado em paz por um governo que pratica a corrupção sistemática e cobra impostos para fazer mal a seu próprio povo!” David Henry Thoreau
Outro dia conversando com um amigo sobre Tiriricas, Bolsonaros e outros integrantes da fauna bizarra que habita o Congresso, a gente não conseguia segurar a raiva, nem indignação era, para não dizer ódio puro.
Tiririca membro da Comissão de Educação e Cultura, e, agora sim pasmem! ...vem o show de horror, Jair Troglodita Bolsonaro na Comissão de Direitos Humanos, pois é, um semi-analfabeto e um defensor da tortura do regime militar e homofóbico assumido nas comissões mais importantes da Câmara.
A apatia do brasileiro chegou a tal ponto, que, não bastasse a roubalheira ampla geral e irrestrita, nossos parlamentares sentem-se no direito de debochar do contribuinte e a "anarquia" não pára, um tal deputado da famigerada bancada evangélica posta no twitter que os negros descendem de um ancestral amaldiçoado por Deus… Senhor, livrai-nos de vossos seguidores...!
Aí eu e esse amigo chegamos a um consenso, aliás, a um chavão, é preciso mudar, mas como...? Se tudo está podre desde o alicerce...? Não adianta esperar um Brasil melhor, a menos que tudo se renove.
Não, não se trata de uma revolução comunista, nem socialista, nem muito menos uma volta da ditadura, que só trouxe infelicidade aos povos, mas sim, atitude sem violência, sem a ânsia do poder pelo poder, começando pelos poderes e verbas pagas como "salários" para esses "cidadãos" pois isso, são os principais fatos geradores dessa pouca vergonha brasileira!
Gandhi e seus companheiros levaram os indianos a se livrar de dois séculos da bestialidade inglesa e de quebra acabaram com o sistema de castas, ao menos ele perdeu qualquer respaldo legal, sem uma única palavra de incitação ao ódio; Einstein disse que as gerações futuras dificilmente acreditarão que um homem como ele tenha existido, mas existiu!
Contemporaneamente, bem menos gente conhece o livro e menos ainda, o homem que influenciou Mahatma, David Henry Thoreau, americano que viveu entre os séculos XVIII e XIX, seu livro A Desobediência Civil. E o que é desobedecer civilmente? É a resistência pacífica, mas tenaz a qualquer agente opressor, trocando em termos bem simplórios, por exemplo, Thoreau recusou-se a pagar impostos, foi preso inúmeras vezes, mas não arredou pé, foi um dos primeiros em seu País a levantar sua voz contra o racismo, a discriminação da mulher e, uma coisa bem atual, vejam só, defendeu o meio ambiente.
Mas existe um "muro imenso" que é: Como tirar o povo da apatia? Nestes tempos em que até o céu é crédito fácil e sem limites, o PAC e BNDES corrompidos são a solução de desenvolvimento brasileiro e, o "bolsa-perpetuação da miséria" para os pobres, é solução aplaudida até lá fora.
O simples se rebelar virou coisa fora de moda, desacreditada e até perigosa. No nosso "DNA", dos tempos da ditadura, das perseguições e torturas; ficou escrito no cerne dos brasileiros e se estende por gerações (inconsciente até daqueles que não haviam nascido naquela época...); as pessoas estão cada dia mais anestesiadas, seja pelo pão e circo do Governo, seja pelo consumismo egoísta, medo e em muitos casos cumplicidade política, que desvia, cega e engana todos, do essencial...
Inverno/2011 in Brazil
Música, imagens arte, montagem e diagramação - ZeM
Governo brasileiro impõe Belo Monte com brutalidade assustadora, diz documentarista
Martin Kessler atua como jornalista há 25 anos e investigou o polêmico projeto da usina hidrelétrica que o governo brasileiro quer construir no rio Xingu. Brutalidade do governo brasileiro o espanta.
Martin Kessler esbarrou na história de Belo Monte por acaso. Em 2008, o documentarista alemão iniciou a pesquisa para um filme a ser apresentado no Fórum Social Mundial do ano seguinte. Realizando em Belém do Pará, o encontro tinha como tema a Amazônia.
Dali nasceu Um outro mundo é possível?A luta na Amazônia, filmado durante seis meses em comunidades indígenas e cidades que serão afetadas pela polêmica usina hidrelétrica de Belo Monte. Kessler não conseguiu mais abandonar o tema e lançou, recentemente, um novo vídeo: Count–Down am Xingu, filmado em janeiro e fevereiro de 2011.
O documentarista conversou com a Deutsche Welle sobre seu processo de imersão no tema brasileiro: suas descobertas feitas durante as filmagens, os interesses europeus em jogo no projeto Belo Monte, e a discussão do assunto pela comunidade internacional.
Deutsche Welle: O senhor se surpreendeu com tudo o que encontrou e descobriu sobre Belo Monte?
Martin Kessler: Eu fiquei mais chocado com a brutalidade com a qual o governo de então – também o novo governo – executa esse projeto, a obstinação com que essa ideia tem sido perseguida ao longo dos anos, apesar de todas as deficiências já tão conhecidas, e todos os processos que correm na Justiça.
Uma das maiores controvérsias deve-se ao fato de os indígenas não terem sido ouvidos, das dúvidas em relação aos efeitos sobre a qualidade da água e do alastramento de doenças decorrente. Esses são alguns dos pontos que não estão claros e é por isso que a Procuradoria Geral da República tem se posicionado contra o projeto.
Ainda assim, existe uma enorme pressão para que o projeto saia. E isso acontece porque está claro que a continuidade do crescimento econômico do Brasil, e de outros países emergentes, depende bastante do baixo custo da energia.
Outro motivo, assim como também acontece na Alemanha – onde existem alguns projetos que renderiam lucros enormes a grupos específicos – são os ganhos envolvidos. No Brasil, os grandes consórcios, inclusive os da construção civil, querem tirar proveito do Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal.
E esses interesses são perseguidos com tamanha obstinação, que todas as polêmicas envolvidas são desconsideradas. Não se consegue olhar para o assunto e dizer: "Precisamos fazer uma pausa, precisamos considerar esses pontos críticos e, dependendo de como o processo correr, continuaremos".
Essa brutalidade contra a lei me chocou, também observada no governo Lula – e ninguém contava com isso. Antes de ele ser presidente, Lula tinha se pronunciado fortemente contra o projeto. E quando virou presidente, passou a ser favorável.
Essa situação que o senhor encontrou no Brasil, a maneira como o processo é conduzido, é muito diferente do que se faz aqui na Alemanha em sua opinião?
Como comparação, aqui na Alemanha temos atualmente a situação de Stuttgart 21. Nesse caso, existem grandes negócios imobiliários envolvidos. Essa grande área que agora está coberta pelos trilhos deverá ser liberada e muitas pessoas deverão lucrar com isso. Esse aspecto ficou claro com o passar do tempo e o desenrolar do conflito.
A princípio, as estruturas aqui na Alemanha são honestas. Quer dizer, eu acredito que aqui a Justiça seja um pouco mais independente do que no Brasil. Mas o problema fundamental em Belo Monte é claro: há o envolvimento de empresa europeias como a austríaca Andritz, a francesa Alstom e a alemã Voith, que está associada à Siemens na entrega das turbinas para Belo Monte.
Essas empresas argumentam formalmente, e dizem que o Brasil é um Estado de direito, que tudo está autorizado e que, portanto, elas podem fazer negócio com Belo Monte. Apesar de essas empresas saberem muito bem quão controverso é todo esse conflito, porque elas têm representantes no Brasil e seguem a discussão. E elas participam do projeto porque há uma grande quantia em jogo.
Então, quer dizer, há também interesses europeus em jogo na construção de Belo Monte?
É preciso dizer que há um extremo envolvimento político, também do lado europeu. Existe, por exemplo, essa unidade de extração de alumínio em Bacarena, que foi comprada recentemente pela norueguesa Norsk Hydro. Ou seja, é uma empresa multinacional europeia que usa, no momento, a energia que vem de Tucuruí para produzir o alumínio, mas que, no futuro, conta com a energia de Belo Monte.
Antigamente também se produzia muito mais alumínio aqui na Alemanha. Mas aqui a energia é bem mais cara, o meio ambiente seria bastante prejudicado, e as pessoas ficam felizes se isso acontece na Amazônia.
Quer dizer, é uma moral dupla. Porque aqui o alumínio é bastante utilizado, como na montagem de carros, e diz-se que esse é um material que agride menos o meio ambiente porque é mais leve, e por ser mais usado no lugar do ferro e do aço.
Mas ignora-se o fato de que, nesse mesmo alumínio, é empregada uma quantidade enorme de energia, e ele vem importado do Brasil. E que essa energia é obtida apenas se o meio ambiente for destruído e os povos indígenas intimidados, e assim por diante. Isso não é discutido publicamente aqui na Alemanha. Então: é uma moral dupla. Há o interesse do governo brasileiro, mas também o interesse das indústrias alemãs, dos consumidores daqui.
Como essa discussão e polêmica em torno de Belo Monte deveriam ser conduzidas?
Acho que toda essa brutalidade não pode continuar. E que os pontos incertos têm que ser esclarecidos, como aquelas 40 condicionantes impostas pelo Ibama. É preciso que haja o tempo apropriado para esclarecer tudo isso. E nesse período, a sociedade brasileira precisa discutir intensamente qual o tipo de crescimento econômico se deseja: o que agride a natureza, ou o que busca fontes alternativas – como a energia eólica e solar.
Depois da experiência que teve no Brasil, o senhor acredita que isso acontecerá?
Não sei, mas sou um pouco cético. Por um lado, sei como é o processo e que, portanto, é muito provável que Belo Monte seja construída. Por outro lado, existem essas pessoas que lutam contrariamente à usina, e elas já alcançaram tanto!
Um exemplo é o bispo do Xingu, Erwin Kräutler, que chamou a atenção intencional para o tema. Também Antônia Melo, do movimento Xingu Vivo para Sempre, e mesmo os procuradores da República. Eu imagino que todo esse movimento de resistência possa frear um pouco o governo brasileiro.
Também espero que aqui na Europa e em toda comunidade internacional esse assunto seja mais debatido publicamente. Isso já acontece na Áustria, sobre a atuação da Andritz, e agora começa a acontecer na Alemanha, em relação à participação da empresa Voith em Belo Monte. Se as empresas que fazem parte do projeto se recusarem a continuar, talvez o governo brasileiro reflita e aja de outra maneira. Dessa maneira, o Brasil poderia procurar outras fontes de energia e investir de outra maneira.
Tem a questão de Angra 3 também, que inicialmente seria financiada pela Alemanha, e agora talvez isso não aconteça frente ao debate intenso aqui na Alemanha sobre energia atômica. Isso também aumentaria ainda mais a pressão sobre o Brasil para produção de energia barata.
Acho que há algumas possibilidades. Mas é grande a probabilidade de que Belo Monte seja mesma construída.
"Vale nega teor político em participar de Belo Monte"
Diretor de vendas e estratégia da empresa lembrou que a Vale já estuda participar do projeto há mais de um ano e meio
Martins informou que a mineradora irá capitalizar o consórcio Norte Energia, responsável pelo projeto de Belo Monte, com US$ 400 milhões a US$ 500 milhões
São Paulo - O diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, negou hoje que a decisão da companhia de entrar no projeto para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), tenha como pano de fundo questões políticas. "Pelo lado que for analisado, estamos tranquilos em dizer que essa é uma decisão econômica, que não tem nenhum aspecto político envolvido", disse o executivo, ao lembrar que a Vale já estuda participar do projeto há mais de um ano e meio. Martins argumenta que a mineradora chegou até a participar do leilão de Belo Monte pelo consórcio perdedor.
O diretor conta que, com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Grupo Bertin, a Vale teve a oportunidade de voltar a analisar o projeto e decidiu participar. Além disso, enfatizou, a entrada em Belo Monte vai ao encontro da estratégia da companhia de ampliar investimentos em autogeração de energia. "Nossa entrada no setor não é nova, não é recente. É só olhar os históricos: temos quase 10 usinas hidrelétricas em que participamos", afirmou. Além disso, "o projeto também permite que a companhia limpe sua matriz energética e oferece uma rentabilidade dentro dos limites estabelecidos pelos nossos acionistas", disse.
Martins informou que a mineradora irá capitalizar o consórcio Norte Energia, responsável pelo projeto de Belo Monte, com US$ 400 milhões a US$ 500 milhões. Além desses recursos, a mineradora irá participar dos financiamentos necessários à viabilização do projeto. A expectativa é de que 75% do investimento serão financiados.
Martins estima que o orçamento de Belo Monte fique em R$ 25,8 bilhões. Desse total, caberia à mineradora a cifra de R$ 2,3 bilhões, valor que inclui a capitalização e os financiamentos necessários. A Vale anunciou hoje a decisão de comprar até 9% da fatia da Gaia Energia, do Grupo Bertin, no capital da Norte Energia. Por essa fatia, Martins revela que a companhia pagou menos de R$ 5 milhões, valor referente a despesas feitas pela Gaia.
Com a entrada em Belo Monte anunciada hoje, a Vale irá elevar dos atuais 45% para 63% a geração de energia da mineradora para consumo próprio. Segundo do diretor executivo de Finanças da empresa, Guilherme Cavalcanti, a compra da participação no consórcio que irá construir a usina vai baratear os custos da empresa com compra de energia.
Isto porque, pondera, a energia adquirida em projetos próprios é sempre mais barata do que a comprada no mercado livre ou em contratos longos fechados com distribuidoras de energia. Para o executivo, a operação vai ao encontro da estratégia de garantir um suprimento de energia para os projetos de expansão da companhia e também limpar sua matriz energética.
Pedido de OEA sobre Belo Monte irrita diplomacia brasileira e a própria PRESIDENTA...
A medida cautelar solicitada pela instituição com sede em Washington provocou irritação na presidente Dilma Rousseff, entusiasta da obra. Na ocasião, o Itamaraty classificou a decisão como "precipitada e injustificável".
A medida cautelar pediu que a liberação ambiental do empreendimento só fosse concluída após o governo consultar as comunidades indígenas afetadas.
No relatório de 52 páginas, o Brasil argumenta que a comissão só poderia atuar nessa questão se houvesse falha na gestão interna do projeto. A Folha teve acesso a trechos do documento.
O governo alega, ainda, que ouviu as comunidades indígenas e que está atento a todos os efeitos sociais e ambientais da iniciativa.
A posição da comissão fez com que Dilma desistisse de indicar um novo representante do país no órgão a partir do ano que vem.
A solicitação da OEA (Organização dos Estados Americanos) para que o governo suspenda o licenciamento e a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), irritou a diplomacia brasileira, que esperava poder debater mais a questão antes da decisão.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores chamou hoje as declarações da entidade de "precipitadas e injustificáveis".
O pedido foi feito na sexta-feira passada pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão da OEA. O Brasil tem até o dia 15 para respondê-la.
Ela não implica em nenhuma consequência prática imediata. Mas, caso as explicações brasileiras não convençam a comissão, o caso pode chegar à Corte Interamericana de Direitos Humanos, também da OEA. Nela, o país pode ser condenado e sofrer sanções.
O governo considera essa possibilidade remota, segundo a Folha apurou. A reportagem contatou a assessoria da organização, que não retornou os recados.
Em sua solicitação, a comissão estipulou quatro condições para que a hidrelétrica seja construída.
Primeiro, o governo federal deve consultar os indígenas que serão de alguma maneira atingidos pelas obras, "com o objetivo de [se] chegar a um acordo".
Segundo, antes mesmo de serem consultados, os índios da região deverão também ser corretamente informados sobre os planos da usina, tendo inclusive acesso a um EIA (Estudo de Impacto Ambiental) traduzido para suas línguas.
DENÚNCIA
Por fim, o governo deve garantir "a vida e a integridade" dessas comunidades, assim como impedir a "disseminação de doenças e epidemias" entre seus integrantes, diz a CIDH.
A decisão do órgão da OEA foi gerada por uma denúncia de novembro do ano passado, feita por diversas ONGs que tentam impedir a construção da usina, de custo estimado em ao menos R$ 19 bilhões.
A precariedade das consultas feitas às populações locais é um dos argumentos já usados pelo Ministério Público Federal para pedir a suspensão do processo de Belo Monte. Segundo o MPF, ela fere a legislação ambiental brasileira.
"Belo Monte é mais uma obra que ignora o que os povos dessa região pensam. Eles não foram ouvidos. É o modelo da ditadura militar", disse Roberta Amanajás, advogada da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, uma das ONGs que fez a denúncia.
O ministério defendeu o processo de licenciamento da hidrelétrica e afirmou que "o governo brasileiro está ciente dos desafios socioambientais" do projeto.
"Por essa razão, estão sendo observadas, com rigor absoluto, as normas cabíveis para que a construção leve em conta todos os aspectos sociais e ambientais envolvidos. O governo brasileiro tem atuado de forma efetiva e diligente para responder às demandas existentes."
"O pedido é um absurdo. Fere até a soberania brasileira", disse o senador Flexa Ribeiro, presidente da subcomissão do Senado que acompanhará o andamento das obras no Pará.
O Brasil não enfrentou ainda a questão mais crítica: o que fazer com essa energia. Mas está importando os impactos ambientais para gerá-la. Ninguém quer fazer hidrelétrica nos Estados Unidos, na Europa, para fazer alumínio. A solução é fazer isso na Amazônia e deixar os impactos aqui e os benefícios no Hemisfério Norte. Lá vão gerar empregos para transformar esse lingotes em produtos acabados e os impactos vão ficar com ribeirinhos e índios. No caso de Belo Monte, está se deixando quase seco um trecho de mais de 100 quilômetros do Rio Xingu com duas áreas indígenas e comunidades de ribeirinhos. Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Fere a soberania "brasileira" deles...!!!
Não a nossa, do povo brasileiro que aplaude a CIDH/OEA!
Fica apenas a tristeza, da luta de tantas vozes em detrimento e inglória aos planos engendrados dessa nojeira toda, e de cunho político sim!!! Econômico, é irmão do outro então, nem se fala! Na visão turvada de muitos que apoiaram e apoiam esses estúpidos "Governos" que sempre existiram e existirão, "Lobos" travestidos de pele de ovelha...!
Nunca serão críveis, nem nunca terão honestidade, sem decoro e indignos, são o reles mesquinho e fétido da raça humana - muitos desses se suicidaram por causa disso, no dedo apontado do seu julgador maior, sua própria consciência! Com certeza, nem se olham no espelho pois, se o fizessem, se odiariam a pleno! O poder sempre irá corromper, pois traz com ele o orgulho exacerbado, vaidade, arrogância e mesquinharia, coisas miseráveis que transformam a criatura em um ser desprezível, tenha sido ela e antes de chegar ali, pobre ou abastada, é doença do espírito e não tem cura!
Por terra o ideal pois, vence sempre e invariavelmente a estupidez endinheirada...!
Transformam em pesadelo o ideal do sonho!
"Um mundo que não se trate em maximizar lucros, mas sim em naturalizar economia e vida, conservando dessa forma o nosso planeta. Assim como a população indígena o vem praticando há séculos".
Outono/2011 in Brazil
Música, imagens arte, montagem e diagramação - ZeM
Reconhecimento...tudo que é imenso visando arrogância e não autoconfiança, pode ser bem pequenino dependendo do ângulo..., do entusiasmo e admiração, do que realmente é importante..., da perspectiva "vertical" de quem vê...
uno Gitano™
Os precursores no campo de neuromarketing foram os norte-americanos. Há cinco anos, o neurologista Read Montague realizou um experimento para saber por que os americanos preferem Coca-cola a Pepsi.
Em um teste cego, as pessoas afirmaram gostar mais de Pepsi do que de Coca-cola. Assim que souberam de que não se tratava de Coca-cola, mas de Pepsi, mudaram de idéia.
E também se registrou que, no cérebro, regiões que estão relacionadas a sensações positivas foram mais fortemente ativadas através do conhecimento do nome da marca. Assim nasceu o neuromarketing,
Me disuelvo entre la multitud
que me ignora,
apenas pasan su vista
sobre este pobre hombre del montón
ellos probablemente
se sientan como yo.
Absorto y no absuelto, cuerpo andarín
en cárcel invisible disfrazado,
como humano
para fingir como poeta al fin,
que todo está correcto, pero no!
Perdimos el detalle,
de hablarnos con los ojos,
reirnos como tontos,
creer en nuestro cielo como un ave
que vuela por instinto,
perdimos el detalle,
de ver todo grandioso
siendo insignificante,
sin creer la falacia de que exista el destino,
la alegría en cada día de ser siempre nosotros,
el futuro es un muro
si existe alguna duda, el amor desaparece sino fuere
que lo alimenta siempre, la ternura.
Ahora somos uno que es ninguno
con la promesa hecha
que fuéramos los dos. Gitano
Observe...
Não ocorre, às vezes, que o mesmo sopro de vento faz, a um, tiritar de frio, e, a outro, não?
Que a um acaricia ligeiramente, e a outro de maneira pronunciada?
Então aparência e sensação são a mesma coisa, para o frio, calor como para os demais estados análogos. Porque as coisas parecem ser tal como cada um as sente.
"El hombre que no piensa sino en vivir, no vive"
Sócrates
O DINHEIRO E A FELICIDADE
O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra uma vida feliz.
O dinheiro compra a cama, mas não o descanso.
Compra bajuladores, mas não amigos.
Compra presentes para o outro, mas não o seu amor.
Compra o bilhete da festa, mas não a alegria.
Paga a mensalidade da escola, mas não produz a arte de pensar.
Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra.
Caso contrário, será um miserável, ainda que seja um milionário.
Jorge Cury
DOZE CONSELHOS PARA "TER" UM INFARTO FELIZ...!!!
1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.
2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.
3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.
4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.
5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.
7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.
8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. .rs)
9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado
Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.
11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.
12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis. Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.
Dr.Ernesto Artur - Cardiologista
Cuidado com o stress! Por quê?!?! Ora, porque mais vale chegar atrasado neste mundo... do que adiantado no outro.
Em quase todo o mundo o dia da criança é oficialmente comemorado em 1 de junho, apenas no Brasil a data é no dia 12 de Outubro em homenagem a N.Sra.Aparecida e, em alguns poucos países em datas diversas.
Uma curiosidade surpreendente é no Japão:
- 5 de maio os Meninos - Kodomo no Hi -(as flâmulas ao vento são o Koi Nobori, a "escalada das carpas": O pai a carpa negra. O filho mais velho carpa vermelha. O segundo filho carpa azul...
- 3 de março as Meninas (Dia de Hina Matsuri "Festa das Bonecas")
Bonitinho isso!...hehehe :)
Adoro tudo, na garra, na beleza ímpar, na moral e a sensibilidade nipônica, principalmente na delicadeza e feminilidade das mulheres, como também o seu carinho doce para com as crianças, e esse cuidado que tem o povo com tudo que tem significado real e é dedicado, por todo o país.
Achei que era fácil
versar o que sentia
tentei virar poeta
da noite para o dia.
Rimei minha quimera
e meu sonho-utopia
com a tal da primavera
e aquela luz do dia.
Preocupado com a rima
esqueci da poesia.
(...) Ela fazia muitos planos / Eu só queria estar ali / Sempre ao lado dela / Eu não tinha aonde ir (...)
Two Socks Theme - Dança com Lobos
"O antes é vago e sinceramente indiferente nas relações amorosas mas, o durante e o depois é lealmente incondicional e, honestamente fundamental!"
uno Gitano™