Cortina de fumaça bem próxima das eleições, por anos anima nosso "nacionalismo"... - uno Gitano™

Cortina de fumaça bem próxima das eleições, por anos anima nosso "nacionalismo"...




...olhando o que foi a eleição de Barack Obama em que, o mundo todo vibrou, um nacionalismo quase universal, o mundo parou e se emocionou.

Por vezes, deveríamos ter vergonha da política brasileira e, da forma como orientam e atiçam as massas tupiniquins, no sangue, e no ânimo cívico.

Alguém já pensou...o que é o Estado, o que é a o Brasil, como deve ser a próxima gestão etc...neste Brasil cheio de gente e cultura (agora na moda, "mártires da repressão e da ditadura"), só existirá apenas um... honesto...???

Nosso nacionalismo é arraigado em disputas esportivas, mas não é aquele que nos faria ir à guerra, por exemplo, por determinado tipo de convicção.


A Bolívia, por exemplo, está à beira de uma guerra civil. Estão ali divergindo dois projetos de concepções totalmente distintas sobre o que é o Estado, o que é a Bolívia, o que deve ser a gestão etc. Vejo poucas possibilidades de um fenômeno como esse ocorrer no Brasil. Não consigo ver aqui a emergência desse ímpeto, desse ânimo cívico de maneira tão forte.

Não é questão de índole, de que o brasileiro fosse menos isso ou aquilo, é uma construção histórica. Tivemos cinco séculos de exclusão política construindo essa ideia.

E a população hoje se julga de fato excluída, ela vai às urnas sem poder de escolha, com apenas duas opções e uma ainda quebrada (escolhido a dedo, sem vice e, nem é páreo...), e ambas as chapas cheias de alianças com miríades de partidos inexpressivos por si só; assim, a população teleguiada, uma vez em cada quatro anos, mesmo insatisfeita vota e volta no turno seguinte, votando ao contrário, e achando que está fazendo o melhor de si. Estilo, dos males o menor!

Se o voto não fosse obrigatório, iria quase ninguém. Na verdade, a população não consegue enxergar a política cotidiana como sendo uma coisa sua.

A população brasileira foi historicamente excluída e o preço que a gente paga hoje é esse: o de que essa exclusão continua.

Penso, como historiador, que essa exclusão sempre foi oportuna para quem detenha o mando político, o que continua sendo até hoje. Forjou-se um discurso participativo, mas, na prática, não se fez nada no país para reverter essa situação.

Continuamos sob a égide dessa alienação.

por: João Pinto Furtado, professor de História e diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais
*grifo meu



Outono/2010 in Brazil

















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